Marta Moreiras
“Mais forte que o estigma”
É uma fotógrafa documental e jornalista de Santiago de Compostela, Galícia – Espanha, residente em Dakar (Senegal) desde 2015. Graduada em Comunicação Audiovisual e com estudos em Filosofia, ela completou sua formação no London College of Communication com um Mestrado em Fotografia Documental e Fotojornalismo em 2009.
Durante 7 anos, ela viveu em Londres, uma experiência que transformou sua percepção de mundo e sua forma de trabalhar, tornando-a mais colaborativa e experimental desde então. Além de seu trabalho como fotógrafa, ela também atua como educadora, ministrando oficinas de fotografia participativa para transformação social no Reino Unido, Espanha e Senegal, voltadas para pessoas com diversidade funcional (deficiência), adolescentes em situação de risco, sobreviventes do tráfico humano e fotógrafas africanas. Além de suas atividades jornalísticas, ela desenvolve projetos como especialista em comunicação audiovisual em parceria com a FAO, OIM, ONUDC e a UE.
Seu trabalho foi exposto no Reino Unido, EUA, Espanha, Portugal, França, Bélgica, Alemanha, Argentina, Brasil, Marrocos, Quênia, Guiné-Bissau e Senegal. Alguns de suas reportagens foram publicadas no El País, BBC, Der Spiegel, Euronews, Colors, Akzente Magazine, El Periódico, La Voz de Galicia, Luzes e El Salto, entre outros.
Sinopse: “Mais forte que o estigma”
Em Guiné-Bissau, 70% da população vive abaixo da linha de pobreza. A instabilidade política constante e a escassez de recursos no país têm um impacto catastrófico na educação e na infância. Alguns indicadores são alarmantes: 5% das crianças morrem antes de completar 5 anos e apenas metade concluirá o ensino primário.
Ser criança em Guiné-Bissau é uma jornada repleta de obstáculos. A situação é ainda mais complexa para as crianças com diversidade funcional. Dezesseis por cento das crianças entre 5 e 17 anos têm algum tipo de deficiência e enfrentam um grande estigma. A crença de que não são seres humanos, mas sim uma encarnação do diabo, é amplamente difundida na sociedade. Superstição e medo fazem com que sejam abandonados por suas famílias ou até mesmo sacrificados, especialmente nas áreas rurais do país.
O acesso à saúde, à educação, a assistência social e a outros serviços básicos é extremamente limitado. Nesse contexto, organizações da sociedade civil e ONGs trabalham para promover os direitos das pessoas com diversidade funcional e combater o estigma e a discriminação.
Foto 1 – Lamine leva seu primo Abdulai para a escola. O pequeno não pode caminhar devido a uma deficiência motora, então Lamine o carrega nas costas. Toda a família protege e ajuda Abdulai para que ele não se sinta excluído ou diferente.